O Ceará tem 64% de chance de ter a quadra chuvosa
abaixo da média histórica em 2015. É o
pior prognóstico dos últimos anos divulgado pela Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) em coletiva na manhã desta
terça-feira, 20.
A
possibilidade das precipitações deste ano estarem na média considerada normal é
de 27%; já a chance de o ano ser chuvoso é de apenas 9%. A análise revela uma
grande chance de o Estado entrar no quarto ano consecutivo de estiagem,
reforçando a gravidade do panorama da seca no Ceará.
Na semana
passada, análises divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) apontavam 45% de chance da quadra chuvosa ser abaixo da média, em
estados localizados na área norte do Nordeste (Piauí, Rio Grande do Norte,
Ceará, Paraíba e Pernambuco).
Em
entrevista coletiva após a divulgação oficial do prognóstico, o governador
Camilo Santana (PT) classificou como preocupante a situação do Ceará diante da
maior probabilidade de ano seco em relação às previsões elaboradas desde 2002.
Se 2014 foi de criticidade na zona rural dos municípios, Camilo destacou que a
tendência em 2015 é de colapso hídrico nas sedes municipais, a exemplo da
situação enfrentada atualmente em São Luís do Curu e prevista para Crateús nos
próximos dias.
O governador
ressaltou a continuidade de obras importantes para garantir a segurança hídrica
do Ceará, como o Cinturão das Águas e a transposição do Rio São Francisco.
Camilo anunciou que a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) passa a
coordenar as ações das secretarias estaduais e que está preparando uma
apresentação das demandas dos municípios cearenses para pedir recursos em
reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), ainda sem data anunciada.
Recursos
Hídricos
Atualmente,
em 176 dos 184 municípios cearenses foi decretado estado de emergência em
consequência da estiagem. Em relação à situação dos
açudes, 130 estão com volume inferior a 30%, e apenas um tem volume acima de
90%, segundo dados da Funceme.
No ano de
2014, a previsão da quadra chuvosa ser abaixo da média histórica era de 40%,
semelhante a 2013, quando o índice foi de 45%.
A análise
divulgada em documento nesta terça-feira, 20, investiga campos atmosféricos de
grande escala e resultados de modelos numéricos e estatísticos de diversas
instituições de meteorologia do Brasil.
O
prognóstico climático revelado pela Fuceme, que afeta os meses de fevereiro a
abril de 2015, é primordial para a orientação de políticas públicas nas áreas
de agricultura e gestão de recursos hídricos, com impactos ainda em outros
setores da sociedade.
Durante a
coletiva, o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, afirmou que um modelo
regional de previsão deve ser demonstrado na próxima segunda-feira, 26, na
reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca. O modelo pode levantar mais
detalhes sobre a distribuição das chuvas no território cearense nos próximos
três meses.
Redação O POVO
Online com informações da repórter Thaís Brito
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