O maior açude dos sertões
Inhamuns/Crateús com capacidade para 490 milhões de metros cúbicos, será
construído no município de Crateús, a principal cidade das duas regiões.
Atualmente, o maior reservatório da região é o Arneiroz II, na cidade de
Arneiroz com 199 milhões de metros cúbicos.
Na semana passada quando
assumiu interinamente a Presidência da República, o presidente do Senado
Eunício Oliveira, editou um Decreto de utilidade pública e desapropriação de
terras que ficarão na bacia do Açude Lago de Fronteiras, que deverá ficar
distante 30km da cidade de Crateús.
A medida atendeu solicitação do
Dep. Federal Genecias Noronha. “Com a construção desse reservatório, Crateús e
região viverão uma nova realidade hídrica, pondo-se fim a um sofrimento por
água que atravessa gerações”, afirmou.
A obra já foi licitada com um
orçamento de R$ 180 milhões, no entanto, os recursos não são suficientes porque
há a necessidade de alterar o trajeto de rodovias e ferrovias que seriam
inundadas pelo reservatório.
Indenizações
De acordo com os levantamentos
feitos, em torno de 900 pessoas dos distritos de Assis, Curral Velho, Poti e
Cabaças devem ser indenizadas pela União.
Governo do Estado pede
transferência da obra
Já na última sexta-feira, 07, o
governador Camilo Santana protocolou, ofício no Ministério da Integração
Nacional solicitando a transferência da construção da Barragem Fronteiras para
a responsabilidade do Ceará. Licitada desde 2014, por meio do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), a obra no Sertão de Crateús enfrenta
dificuldades de implantação.
No documento, Camilo ressalta a
urgência da execução, visto que a região a ser contemplada é a que apresenta
maior vulnerabilidade hídrica no Estado. No atual cenário de crise hídrica
enfrentada pelo Ceará, os estoques de água se encontram em torno de 12% do
armazenamento total e, no Sertão de Crateús, não passam de 1,2%. Diante desse
quadro, o chefe do Executivo propõe que o Governo do Ceará, por meio da
Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), tome a frente das responsabilidades
técnicas e de parcerias para a construção da barragem, junto ao Ministério e ao
DNOCS.
Camilo Santana ressalta que os
governos estadual e federal têm desenvolvido uma parceria de trabalho conjunto
nas diversas áreas de atuação, em especial na construção de barragens no Ceará.
A intenção, pontua, é que o repasse das obras seja feito para que a população
tenha a melhor solução, de médio a longo prazo, no enfrentamento da seca.
"O DNOCS já cedeu vários
projetos de barragens, desenvolvidos sob sua responsabilidade, para que o
Estado construísse, assim como o Ceará também já cedeu vários estudos para que
o DNOCS complementasse e construísse as obras. (...) Entretanto, algumas dessas
barragens, devido a vários fatores, encontram certa dificuldade de implantação,
como é o caso da barragem Fronteiras, no município de Crateús, que está
licitada há vários anos e não evolui na sua construção", explica o
governador.
Projeto
O Sertão de Crateús detém cinco
reservatórios com capacidade em torno de 100 milhões de m³, e seus municípios
se encontram apenas com pouco mais de 1% da capacidade total de armazenamento.
O quadro de escassez histórico enfrentado pela região fez com que a SRH, ainda
no final dos anos 1990, desse início a estudos para a construção da Barragem
Fronteiras.
Segundo explica o secretário
dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, o Rio Poti, que banha a localidade,
é uma das maiores bacias do Estado e oferecerá, com a construção da Barragem, a
possibilidade de grande acúmulo de água para beneficiar a população de Crateús
(maior cidade da região com cerca de 70 mil habitantes) e cidades próximas,
como Independência, Novo Oriente e Quiterianópolis. Porém, apesar dos projetos da
SRH junto ao DNOCS, a construção ainda não foi viabilizada por dificuldades na
captação de recursos.
"Essa Barragem é de grande
importância para aquela população. Existe ali um potencial para acumular quase
500 milhões de m³. Essa barragem foi preliminarmente estudada pela Secretaria
no final dos anos 1990, quando se fez um estudo de viabilidade, e depois foi
entregue ao DNOCS. De 2004 até recentemente foi desenvolvido um projeto básico
e um projeto executivo para execução. Essa obra foi licitada em 2014 e, por
dificuldade de recursos para a construção dessa barragem, ela ainda não teve
suas obras iniciadas", resume Teixeira.
A obra
A construção Barragem
Fronteiras tem investimento em obras previsto de R$ 200 milhões. Porém, a SRH
observa que o seu custo deve ser ampliado devido a alterações necessárias na
estrada de ferro que liga Fortaleza a Teresina, além de gastos com a
desapropriação. "Será preciso remanejar 28 km dessa estrada, a um custo de
quase R$ 200 milhões. Assim, o investimento total da obra salta para quase R$
500 milhões", revela Francisco Teixeira.
Para viabilizar a construção, o
Governo do Ceará solicita que a União arque com a despesa do remanejamento da
estrada de ferro, enquanto a construção da Barragem Fronteiras será executada
com recursos estaduais. "O Estado se propõe a fazer uma parceria com o
Governo Federal, por meio do Ministério da Integração, para viabilizar a
conclusão dessa construção", conclui Teixeira.
Sites: Cearánews7/Sertões de
Crateús/Governo do Estado/Blog do Wilrismar
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