Resolução aprovada pelo pleno
do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará provocará mudanças em várias comarcas
do interior consideradas de menor porte, que passarão a ser integradas a outras
de maior fluxo. Na Região dos Inhamuns, as Comarcas de Quiterianópolis e
Parambu serão incorporadas a de Tauá, que já tem a de Arneiroz vinculada há
vários anos.
O objetivo para os próximos
cinco anos é dar continuidade a essa política com a intenção de consolidar um
novo modelo para o Ceará.
O presidente do Tribunal de
Justiça do Estado Ceará (TJCE), desembargador Washington Araújo, deu entrevista
coletiva ontem(06), à imprensa apresentando números considerados históricos
pelo órgão quanto à produtividade do Poder Judiciário cearense. Segundo levantamento
do próprio TJ, os resultados de 2019 são os melhores da década.
A sentença média por magistrado
saltou de 596, em 2016, para 1.290, neste ano. A taxa de congestionamento, que
é o fluxo de recebimento e despacho de processos, saiu de 74,02%, em 2018, para
70,25%, em 2019. De acordo com o Tribunal, o aumento na produtividade cresceu
34% desde 2016.
O objetivo para os próximos
cinco anos é dar continuidade a essa política com a intenção de consolidar um
novo modelo para o Ceará.
Presidente da OAB-Inhamuns
critica a medida
Para o Presidente da
OAB-Inhamuns, Dr. Felipe Viana, usou uma rede social para criticar a decisão do
TJ. Para ele, a medida é um retrocesso no Judiciário cearense e a população da
Região dos Inhamuns será penalizada, porque além de Parambu e Quiterianópolis,
que terão suas Comarcas vinculadas a de Tauá, Catarina também foi atingida e
passará a pertencer a Comarca de Acopiara.
Clique Aqui e veja a Resolução do TJ
Redução
A reestruturação reduziu o
número de comarcas físicas. No ranking nacional, o Ceará perdeu quatro posições
no percentual de cobertura física interna. Saiu do 4° lugar para o 8°em um ano.
Passou de 83,7% de cobertura (física) nos municípios para 75,5%.
Para o desembargador Washington Araújo, a redução não é um problema, e sim uma solução para o novo formato que o Tribunal está adotando no Estado. Os investimentos, agora, são direcionados à esfera digital, e não mais em unidades físicas.
Para o desembargador Washington Araújo, a redução não é um problema, e sim uma solução para o novo formato que o Tribunal está adotando no Estado. Os investimentos, agora, são direcionados à esfera digital, e não mais em unidades físicas.
“Esse modelo (físico), hoje,
não é mais possível e não é mais necessário. Estamos num mundo em que o
processo é eletrônico e o meio é digital. Não temos mais papel, não tem mais
distância. Isso vai nos permitir fazer uma revolução. A nossa estrutura é cara,
pesada e obsoleta. Não temos braços para alcançar essas comarcas todas. Nós
temos 91 cargos de juízes vagos, e isso gera ineficiência, gera acúmulo de
processos, gera uma alta taxa de congestionamento. Estamos enxugando a estrutura
para torná-la mais ágil e eficiente”, ressaltou.
O objetivo para os próximos
cinco anos é dar continuidade a essa política com a intenção de consolidar um
novo modelo para o Ceará. Comarcas vinculadas e com baixa demanda serão
integradas a outras de maior fluxo.
Araújo garantiu que não haverá
prejuízo aos cearenses nesse processo, já que “todos os fóruns serão mantidos”.
“A comarca que for agregada a outra nós vamos manter o fórum. O cidadão será
atendido lá, as audiências serão feitas lá, o cidadão não precisará se
deslocar”, disse.
Segundo o presidente, “a linha
de corte é a demanda anual”, mas destaca as exceções. Representantes do
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) solicitaram ao TJ a não inclusão
de unidades que são sedes de zona eleitoral. “Não foram incluídas na
reestruturação nesse momento, mas é possível que num segundo momento se faça
isso”, adiantou o magistrado.
A expectativa é que as comarcas
de baixa demanda serão agregadas, e as de maior fluxo receberão um novo juiz.
“Nós queremos acabar com o fenômeno da comarca de ficção, a comarca do faz de
conta, que nunca tem juiz. Temos uma comarca no Ceará que está há mais de 3.500
dias sem juiz. Isso acarreta no acúmulo de processos”, explica.
Confira a reportagem
publicada no Site do Tribunal de Justiça
Com o objetivo de otimizar a
prestação de serviços em todo o Estado, garantindo atendimento mais célere ao
cidadão, a atual Administração do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) aprovou
mudanças para modernizar o funcionamento da Justiça estadual. As alterações
serão implementadas gradativamente ao longo das próximas gestões, sem aumento
de despesas, conforme estudo realizado por técnicos da Secretaria de
Planejamento e Gestão do Tribunal.
As mudanças constam na
Resolução nº 05 (clique aqui para
ver), aprovada pelo Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) nesta
quinta-feira (05/12). As modificações se justificam pela constatação de
desequilíbrio na distribuição de unidades judiciais em relação à média de casos
novos, o que acarreta unidades subdemandadas e superdemandadas.
O projeto contempla a agregação
de comarcas que serão transformadas em vinculadas. Os fóruns permanecerão
abertos, com funcionários para atender à população local, bem como estrutura
necessária para realização de audiências por videoconferência.
“É importante destacar que
nenhuma comarca será fechada. Nem servidores, população, nem os advogados serão
prejudicados. As mudanças objetivam aprimorar os serviços à sociedade e tornar
a máquina da Justiça mais ágil para responder às expectativas de um Judiciário
cada vez mais moderno”, explica presidente do Tribunal, desembargador
Washington Araújo.
O desembargador ressaltou que a
implantação dos recursos tecnológicos facilita para as partes e advogados
porque não precisam se deslocar até a comarca onde tramita o processo. “Hoje o
sistema de videoconferência é uma realidade em todas as comarcas do Estado e já
no início do próximo ano será concluída a implantação do processo eletrônico
nas unidades do Interior. Essas ferramentas encurtam distâncias, reduzem custo
para a Justiça, promovem maior transparência e segurança, e possibilitam
serviços mais ágeis ao cidadão”, acrescentou.
NOVOS CASOS
Os processos novos das comarcas
agregadas serão distribuídos conforme a competência de cada juízo, nas
respectivas unidades judiciárias das comarcas-sede, contudo, o início desta
alteração dependerá de autorização da Presidência do Tribunal, que estabelecerá
a ordem cronológica de implementação da reestruturação, em conformidade com a
capacidade administrativa do TJCE.
Os acervos processuais em
tramitação nas comarcas vinculadas não serão transferidos para suas respectivas
sedes até que sejam substancialmente reduzidos, mediante parâmetros definidos
pela Presidência, sob a responsabilidade de magistrados designados, podendo
contar com apoio da atuação do Núcleo de Produtividade Remota.
SOBRE OS SERVIDORES
Nenhum cargo de servidor
efetivo, lotado nas comarcas agregadas, será extinto ou transformado. Além
disso, aos servidores será assegurada a participação em concurso de remoção.
Outra opção para o servidor
será o exercício de suas atividades na comarca agregada, utilizando as
dependências físicas para atuação remota nos processos em trâmite na
comarca-sede, garantido, ainda, sua residência na comarca vinculada e a
percepção da Gratificação de Estímulo à Interiorização (GEI).
Clique aqui para
ver a resolução aprovada.
*Com informações do Diário do
Nordeste/Tribunal de Justiça/Blog do Wilrismar
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